Blog da Turma B do 8º Ano da Escola Básica Dr. Correia Mateus.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Kepler nasceu há 440 anos
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
O astrónomo Gerard Kuiper morreu há 38 anos
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Ciência e Prendas de Natal - republicação de post anterior sobre o LIDL
- Buscador de 6x25
- 3 oculares (20/12/4 mm)
- Lente Barlow de 1,5x
- Inclui: Software e tripé em alumínio regulável em altura e outros acessórios
- Distância focal: 900 mm
- Ampliação: 45x - 337,5x (com Barlow 1,5x)
- Objectiva: 70 mm de diâmetro
- Oculares: 31,7 mm (1,25 polegadas) de diâmetro
2. Microscópio Escolar (69.99 €)
Descrição
- 3 objetivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x)
- Lente de Barlow 2x e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x)
- Ampliação: 20x/1280x
- Disco de filtro com 6 cores
- Iluminação regulável através de reóstato
- Possibilidade de iluminação LED
- Ocular para ligação ao PC através de USB e software
- Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos
NOTA: trata-se de um pequeno grande microscópio, que muitas escolas têm adquirido para os seus laboratórios, pois é excelente em qualidade e preço; a possibilidade de tirar fotografias e fazer filmes através do computador, de projetar para todos alunos de uma turma, torna-o ainda mais interessante...! Sugere-se ainda a observação do vídeo sobre o mesmo: ver AQUI.
3. Telescópio Terrestre (39.99 €)
Descrição
- Ampliação: zoom de 20x - 60x
- Campo de visão: 29 m/1000 m (a 20x)
- Foco próximo: 12 m (a 20x)
- Inclui tripé, saco com alça de transporte e capa de proteção anexada
- Zoom 20-60x
- Rotação 360°
4. Binóculos (19.99 €)
Descrição
- Reprodução de imagem nítida e de grande contraste
- Campo de visão de 60 m de largura e 1000 m de distância
- Prisma de vidro BK7 de alta qualidade
- Distância interocular regulável de 59-73 mm
- Ampliação 10x-30x
5. Livro "Astronomia - uma introdução ao universo das estrelas" (11.99 €)
Descrição
- Introdução ao universo das estrelas
- Capa rígida
- Mais de 500 ilustrações
NOTA: já comprei o livro e, pese embora o facto de ter pequenas imprecisões e estar desatualizado nalguns aspetos (poucos...) vale bem a pena!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Arthur C. Clarke nasceu há 94 anos
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Ciência e Prendas de Natal - algumas sugestões
- Buscador de 6x25
- 3 oculares (20/12/4 mm)
- Lente Barlow de 1,5x
- Inclui: Software e tripé em alumínio regulável em altura e outros acessórios
- Distância focal: 900 mm
- Ampliação: 45x - 337,5x (com Barlow 1,5x)
- Objectiva: 70 mm de diâmetro
- Oculares: 31,7 mm (1,25 polegadas) de diâmetro
2. Microscópio Escolar (69.99 €)
Descrição
- 3 objetivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x)
- Lente de Barlow 2x e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x)
- Ampliação: 20x/1280x
- Disco de filtro com 6 cores
- Iluminação regulável através de reóstato
- Possibilidade de iluminação LED
- Ocular para ligação ao PC através de USB e software
- Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos
NOTA: trata-se de um pequeno grande microscópio, que muitas escolas têm adquirido para os seus laboratórios, pois é excelente em qualidade e preço; a possibilidade de tirar fotografias e fazer filmes através do computador, de projetar para todos alunos de uma turma, torna-o ainda mais interessante...! Sugere-se ainda a observação do vídeo sobre o mesmo: ver AQUI.
3. Telescópio Terrestre (39.99 €)
Descrição
- Ampliação: zoom de 20x - 60x
- Campo de visão: 29 m/1000 m (a 20x)
- Foco próximo: 12 m (a 20x)
- Inclui tripé, saco com alça de transporte e capa de proteção anexada
- Zoom 20-60x
- Rotação 360°
4. Binóculos (19.99 €)
Descrição
- Reprodução de imagem nítida e de grande contraste
- Campo de visão de 60 m de largura e 1000 m de distância
- Prisma de vidro BK7 de alta qualidade
- Distância interocular regulável de 59-73 mm
- Ampliação 10x-30x
5. Livro "Astronomia - uma introdução ao universo das estrelas" (11.99 €)
Descrição
- Introdução ao universo das estrelas
- Capa rígida
- Mais de 500 ilustrações
NOTA: vou comprar o livro na 2ª e depois irei dizer aqui o acho dele...
Como a Bulgária e alguns artistas de Hollywood comemoraram o Ano Internacional do Morcego
No início de setembro, a capital da Bulgária limpou a poeira dos seus ombros para acolher o elenco repleto de estrelas, do filme de acção de Hollywood "The Expendables 2" (“Os Mercenários 2”).
Para demonstrar o orgulho da Bulgária sobre o facto de estar fornecendo os locais de filmagem para tal blockbuster, uma robusta delegação consistindo do primeiro-ministro Borisov, ministro da Cultura Vezhdi Rashidov e, sem surpresa, a estrela de futebol Hristo Stoichkov, apressou-se a conhecer e cumprimentar as celebridades.
Dominado pela exaltação colectiva na visita de alto perfil, o Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos deu luz verde para as filmagens na caverna Devetashka, um monumento natural de importância nacional e internacional e casa para 13 espécies de morcegos protegidos, duas delas consideradas globalmente ameaçadas de extinção.
A autorização para filmar foi concedida apesar do facto da legislação nacional só permitir actividades relacionadas com o turismo ou a investigação científica poderem ter lugar no local.
Após as lendas de Hollywood deixarem o ‘set’, uma inspeção realizada por ambientalistas revelou o forte impacto sobre o habitat natural.
Os especialistas averiguaram que os morcegos tinham sido acordados da hibernação e estavam enfrentando a morte por exaustão ou subalimentação.
Mesmo que eles pudessem voltar a entrar em hibernação, os biólogos afirmaram, as hipóteses dos mamíferos voadores "o fazerem até ao verão seriam severamente reduzidas porque as suas reservas de energia foram prematuramente esgotadas devido à actividade irregular.
No entanto, os morcegos perturbados podem mesmo não ser capazes de re-hibernar, porque a sua casa se transformou numa barulhenta e concorrida atracção turística depois de "Os Mercenários 2" reconstruirem a ponte que conduz à caverna Devetashka e deixando-a como um "presente" para o país.
A inspecção realizada por peritos ambientais mostrou que a caverna estava habitada por tão pouco quanto 10.400 morcegos, enquanto no inverno de 2010 tinham sido mais de 35.000.
Os biólogos encontraram morcegos mortos de três espécies que tinham caído do tecto da caverna, vendo-se nos seus cadáveres sinais facilmente discerníveis de exaustão.
A verificação mostrou que a equipa de filmagem tinha violado os termos da licença, entrando na parte escura da caverna e praticando uma variedade de actividades particularmente barulhentas.
A Comissão Europeia e um número de organizações ambientais globais requereram investigações a respeito do porquê da situação ter sido autorizada.
Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos respondeu com a sua habitual frase: Haverá multas!
Para que serve esta história?
Serve para mostrar que os morcegos da Bulgária são dispensáveis.
Também mostra que o ‘Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos’ é antes um ‘Ministério para a Venda de Ambiente e Recursos Hídricos’.
A ironia disto tudo é que isto está a acontecer em 2011, o Ano Internacional do Morcego, como declarado pela Convenção do UNEP sobre Espécies Migratórias (CMS) e pelo Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
A Terra tem finalmente um familiar distante...!
Kepler 22-b, um candidato a “gémeo” da Terra
O planeta foi detectado pela primeira vez em 2009, mas só agora a NASA pôde confirmar a descoberta. Isto significa que já foi visto passar três vezes diante da sua estrela. Fica na chamada zona habitável daquele sistema solar, o que significa que pode ter condições adequadas à existência de vida. Ou seja, as suas características e a distância em relação à estrela permitem pensar na existência de água em estado líquido e de uma atmosfera que poderá ser compatível com a vida.
“Agora temos uma boa confirmação sobre o Kepler 22-b”, anunciou Bill Borucki aos jornalistas. “Estamos certos de que fica na zona habitável e que tem a superfície necessária para ter uma boa temperatura”, adiantou o cientista do centro de investigação da NASA em Ames, na Califórnia.
Ao todo, o Kepler 22-b demora 290 dias a concluir a órbita em volta do seu “Sol”. Está cerca de 15% mais perto da sua estrela do que a Terra, mas essa estrela também emite cerca de 25% menos luz, o que proporcionará uma temperatura amena e compatível com a existência de água em estado líquido. Apesar de ser mais pequena e mais fria, a estrela do Kepler 22-b também pertence à mesma categoria que o Sol. “Este é um marco no caminho da descoberta de um gémeo da Terra”, adiantou Douglas Hudgins, investigador do programa Kepler da NASA.
Estávamos ainda em 2009 quando o planeta foi detectado pela primeira vez pelo telescópio espacial Kepler. Equipado com a câmara mais potente alguma vez enviada para o espaço, este engenho deverá continuar a enviar informação para a Terra pelo menos até Novembro de 2012.
A missão Kepler é a primeira da NASA que tem como objectivo encontrar planetas semelhantes à Terra e a investigação tem-se centrado na chamada zona habitável. Com o Kepler 22-b passam a ser três os exoplanetas – planetas fora do nosso sistema solar – com condições para que a vida possa ser uma possibilidade.
Em Maio, um grupo de cientistas franceses confirmou a descoberta do Gliese 581d, e já em Agosto uma equipa suíça confirmaram outro planeta, o HD85512b, numa zona habitável a 36 anos-luz da Terra.
A equipa da NASA que confirmou a descoberta do Kepler 22-b publica o seu trabalho na revista científica "The Astrophysical Journal". Adiantou também em conferência de imprensa que foram detectados outros 1094 candidatos a planetas. Destes, dez têm aproximadamente o tamanho da Terra e orbitam na zona habitável em torno da sua estrela, mas serão necessárias mais observações para confirmar se são realmente planetas.
O telescópio espacial Kepler está a acompanhar cerca de 150 mil estrelas e tem a capacidade de detectar um possível planeta porque regista pequenas diferenças na luz emitida pelas estrelas. Por vezes a diferença é mínima, quase como se se fundisse uma lâmpada entre vários milhares. No entanto, já foi possível detectar 2326 candidatos a planeta, dos quais 207 têm aproximadamente o tamanho da Terra e 680 são super-Terras. Estes resultados sugerem que os planetas que têm até quatro vezes o tamanho do nosso são mais abundantes do que se pensava.
Foram também detectados 1181 planetas do tamanho de Neptuno, 203 do tamanho de Júpiter, o maior do sistema solar, e 55 ainda maiores do que este.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Pequeno sismo no Alentejo
O Instituto de Meteorologia informa que no dia 06-12-2011 pelas 03:28 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2,3 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 14 km a Noroeste de Reguengos de Monsaraz.
Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima II/III (escala de Mercalli modificada) na região de Reguengos de Monsaraz.
Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.
Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil (www.prociv.pt).
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Nova sonda enviada esta semana vai procurar vida em Marte
Se houve vida em Marte, o robô Curiosity vai querer saber
26.11.2011
Marte nunca viu nada como o Curiosity, o robô cientista que a NASA lançou às 15.02 horas, numa viagem de 570 milhões de quilómetros. É o aparelho mais sofisticado alguma vez enviado para o planeta vermelho, com a missão de descobrir se alguma vez houve condições para a vida no vizinho da Terra.
“É verdadeiramente um robô excepcional, cuja capacidade ultrapassa largamento tudo já enviámos para outro planeta do sistema solar”, garantiu Colleen Hartman, directora adjunta das missões científicas da NASA. Agosto de 2012 é a data prevista para a sua chegada e será o primeiro aparelho de investigação enviado para Marte com uma missão relacionada com a busca de vida desde o programa Viking, nos anos 1970 – que teve resultados inconclusivos.
Mas, apesar disso, não vai procurar vida directamente. “Tudo o que sabemos sobre a vida e o que torna um ambiente habitável é específico da Terra”, disse a astrobióloga Pamela Conrad, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, responsável por esta missão da NASA. “As coisas em Marte terão sido uma função dos ingredientes iniciais que o planeta teve quando se formou, mas também dos processos que o afectaram.”
Por isso, o robô-cientista mais sofisticado que já alguma vez chegou à superfície do planeta de Marte vai procurar indícios indirectos de vida – sinais de que poderão ter existido condições para se desenvolverem seres vivos no quarto planeta a contar do Sol.
As experiências de SAM
Aparentemente, o Curiosity é igual ao Spirit e ao Opportunity, os robôs gémeos que chegaram ao planeta vermelho em 2004 - com uma missão de três meses que setransformou em sete anos de trabalho. Mas no Curiosity, que custou 2500 milhões de dólares (cerca de 1860 milhões de euros) e é a mais cara missão enviada a Marte, tudo é maior e mais ambicioso. Pesa 900 quilos e é do tamanho de um utilitário desportivo - aquilo a que os norte-americanos chamam um SUV.
Usa uma tecnologia superior à dos exploradores anteriores: por exemplo, as duas câmaras montadas no mastro que se ergue acima do corpo do “rover” funcionam como os seus olhos. Obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo.
Este é o primeiro aparelho enviado para Marte que terá capacidade para perfurar - até cinco centímetros de profundidade - e recolher para análise amostras de pedras e solo. E consegue fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para para determinar quais as moléculas de que são compostas.
As experiências feitas por um grupo de instrumentos conhecidos pela sigla SAM (a sigla em inglês de Análise de Amostras em Marte), que incluem um cromatógrafo de gás, um espectrómetro de massa e espectrómetro de laser, serão usados para tentar identificar compostos orgânicos - ou seja, moléculas com carbono. Esta será uma parte importante da sua missão.
"Não são sinais directos de vida", disse John Grotzinger, líder da missão. Afinal, encontram-se moléculas orgânicas no espaço interestelar. "Podem existir sem haver vida, mas a vida tal como a conhecemos não pode existir sem elas, por isso a sua presença seria um importante factor para determinar a habitabilidade de Marte", diz um comunicado de imprensa da NASA.
O Curiosity vai por isso procurar moléculas orgânicas e tentar perceber se serão de origem biológica ou não - podem vir em meteoritos, por exemplo -, medindo a relação entre diferentes isótopos de alguns elementos químicos. Isótopos são variantes com diferentes pesos atómicos de um elemento, como o carbono 12 e o carbono 13. Medir estes isótopos pode ajudar a esclarecer o mistério do metano em Marte.
Foram detectadas bolsas de metano em torno do equador, e este gás tem uma vida curta na atmosfera (cerca de um ano). Para ter uma presença duradoura, precisa de se ir renovando - e a sua origem é um mistério, embora a quantidade na atmosfera seja reduzida (10 partes por mil milhões, muito pouco se compararmos com as 1800 partes por mil milhões da Terra).
Vulcões activos não se conhecem. Fontes biológicas - vacas com aerofagia em Marte, bactérias que expelem metano? - também não. Mas as possibilidades, sejam elas geológicas ou biológicas, excitam os cientistas. Uma forma de começar a resolver o mistério será estudar a proporção de carbono 12 e carbono 13 em Marte, pois pelo menos na Terra os organismos que metabolizam metano preferem a forma mais leve de carbono. O Curiosity vai equipado para o estudar.
domingo, 27 de novembro de 2011
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (XI)
Homem
Inútil definir este animal aflito.
nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis.
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.
in Movimento Perpétuo (1956) - António Gedeão
sábado, 26 de novembro de 2011
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (IX)
Álvaro Góis,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
pedreiros de profissão,
de sombrias cataduras
como bisontes lendários,
modelam ternas figuras
na brutidão dos calcários.
Ali, no esconso recanto,
só o túmulo, e mais nada,
suspenso no roxo pranto
de uma fresta geminada.
Mas no silêncio da nave,
como um cinzel que batuca,
soa sempre um truca…truca…
lento, pausado, suave,
truca, truca, truca, truca,
sob a abóbada romântica,
como um cinzel que batuca
numa insistência satânica:
truca, truca, truca, truca,
truca, truca, truca, truca.
Álvaro Góis,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
ambos vivos ali estão,
truca, truca, truca, truca,
vestidos de surrobeco
e acocorados no chão,
truca, truca, truca, truca.
No friso, largo de um palmo,
que dá volta a toda a arca,
um Cristo, de gesto calmo,
assiste ao chegar da barca.
Homens de vária feição,
barrigudos e contentes,
mostram, no riso dos dentes,
o gozo da salvação.
Anjinhos de longas vestes,
e cabelo aos caracóis,
tocam pífaros celestes,
entre cometas e sóis.
Mulheres e homens, sem paz,
esgazeados de remorsos,
desistem de fazer esforços,
entregam-se a Satanás.
Fixando a pedra, mirando-a,
quanto mais o olhar se educa,
mais se entende o truca…truca…
que enche a nave, transbordando-a,
truca, truca, truca, truca,
truca, truca, truca, truca.
No desmedido caixão,
grande senhor ali jaz.
Pupilo de Satanás?
Alma pura de eleição?
Dom Afonso ou Dom João?
Para o caso tanto faz.
in Teatro do Mundo (1958) - António Gedeão
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (VIII)
Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.
Leva calções de pirata,
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina,
de impaciente nervura.
como guache lustroso,
amarelo de idantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.
Fuge, fuge, Leonoreta:
Vai na brasa, de lambreta.
Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa e bem segura.
Com um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta,
lembra um demónio com asas.
Na confusão dos sentidos
já nem percebe Leonor
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.
Fuge, fuge, Leonoreta
Vai na brasa, de lambreta.
in Máquina de Fogo (1961) - António Gedeão
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (VII)
(chega à boca da cena, e diz:)
"Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar."
in Teatro do Mundo (1958) - António Gedeão
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (VI)
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
in Movimento Perpétuo (1956) - António Gedeão
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (V)
Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do sol.
Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
Pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.
Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das praias,
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.
Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me as gengivas,
apodreci de escorbuto.
Com a mão direita benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.
Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.
Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.
Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
Do sonho, esse, fui eu.
O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.
in Teatro do Mundo (1958) - António Gedeão
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (IV)
O último Alquimista
Era uma vez um Cientista com alma de Poeta.
Era um Senhor (muito sério) com uma vontade juvenil de escrever.
Era um Professor (um Mestre) que era trocista sem saber.
Era um Anarquista com regras e vontades...
Obrigado, Rómulo, por teres sido outro pai fundador,
agora do saber científico que não te merecia,
escritor de manuais escolares e livros científicos,
que o meu avó e o meu pai e eu (e um dia meu filho) leram.
Saciaste a nosso sede de saber e tudo fizeste para combater a ignorância.
Mas, acima de tudo, António, é a ti que estamos mais agradecidos.
A tua Poesia, clara e científica mas bela e que chegava ao coração,
fez mais por nós do que tu podias pensar.
A tua Poesia é bela como a Física (e a Química, e a Astronomia, e a Biologia...).
Escreveste como um Pintor renascentista pintaria este Mundo.
O teu sarcasmo tudo mostrava, singelo e único, sem artifícios.
E, sendo quem eras, soubeste partilhar connosco as tuas Letras.
Obrigado Rómulo.
Obrigado António...
Pedro Luna (poema inédito)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Material de apoio para o teste de CN
Festa da Astronomia das Escolas de Leiria
- Observação da Lua e Júpiter;
- Observação astronómica, com telescópio, da LUA, outros astros e constelações sob orientação de astrónomos amadores;
- Divulgação de livros O Mistério da Estrelinha Curiosa, de Leonor Lourenço, O Homem que via passar as estrelas, de Luís Mourão e Paulo Simões, e A História de DiabloCity, de Maria João Capitão;
- Jantar partilhado pelos participantes.
Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (III)
Em 1996, Mariano Gago, o então Ministro da Ciência e da Tecnologia e admirador da obra de Rómulo de Carvalho que completava 90 anos, propôs uma homenagem nacional ao talentoso professor. Mariano Gago já havia prefaciado, em 1992, o livro “A Física no dia-a-dia”, onde dá conta do valor de Rómulo de Carvalho, mas considerou que era oportuna a iniciativa de uma homenagem maior. Na notícia do jornal “Público” de 24 de Novembro de 1996, propôs que aquele dia do ano se tornasse Dia da Cultura Científica. Esse dia devia ser «momento privilegiado, todos os anos, de balanço, de reflexão e de acção sobre o papel do conhecimento no nosso futuro».
Rómulo de Carvalho publicou cerca de cem obras, desde livros sobre a história da ciência aos seus cadernos de divulgação científica, não esquecendo os manuais escolares, ainda na memória de muitos como os “cadernos do Pedrito” (modo carinhoso de referir os seus livros de Ciências da Natureza) ou os compêndios de Física do ensino secundário.
Publicou dois livros de divulgação de ciência em três números da colecção “Biblioteca Cosmos”, dirigida por Bento de Jesus Caraça, que foi um marco da divulgação de ciência nos anos 40. Foi mentor e autor da coleção “Ciência para Gente Nova”, onde publicou oito dos nove livros dessa coleção. Tratam de histórias de ciência ou de desenvolvimentos tecnológicos: o do telefone, da fotografia, dos balões, da eletricidade estática, do átomo, da radioatividade, dos isótopos e da energia nuclear. Alguns desses títulos chegaram à terceira edição. A “História dos Balões”, conheceu mesmo uma quarta edição nos anos 90.
Rómulo de Carvalho procurou dirigir-se em «Física para o Povo», não a uma elite instruída ou interessada em ciência mas a toda a gente. Publicou esse livro «com a intenção de promover a cultura popular», como ele próprio escreve nas suas «Memórias». A reedição, em 1995, saiu com o novo título de “A Física no dia-a-dia” por decisão de Rómulo de Carvalho que escreve «…não me pareceu bem aquela referência ao povo depois do 25 de Abril.».
Um dos vários trabalhos, com o objetivo de promover a ciência e o conhecimento científico e tecnológico, que Rómulo de Carvalho abraçou após a sua aposentação foram os 18 "Cadernos de Iniciação Científica", onde recorreu a uma linguagem atraente no discurso e na imagem. O valor destes cadernos justifica que eles tenham sido reunidos num só volume, em 2004, com a chancela da Relógio D’Água. Nesse volume encontra-se uma abordagem científica de temas basilares da ciência como os constituintes da matéria, a energia, ondas e corpúsculos, magnetismo e eletromagnetismo.
Helena Aires Rodrigues, Professora de Física e Química na Escola Secundária de D. Duarte – Coimbra e Doutoranda em Ensino das Ciências – ramo de Física.
materia para o teste
· Conhece e identifica modelos da estrutura do Universo.
· Compara os modelos geocêntrico e heliocêntrico
· Identifica os principais constituintes do Sistema Solar.
· Reconhece que a perspectiva sobre a posição da Terra no Universo evoluiu ao longo do tempo.
· Relaciona Ciência e Tecnologia.
· Interpreta figuras e esquemas.
· Reconhece que a investigação espacial comporta benefícios e perigos para a Sociedade.
· Interpreta e identifica as condições que permitem a existência de vida.
· Aplica conhecimentos a novas situações.
· Identifica as condições existentes na terra que permitem a existência de vida.
· Explica a importância da atmosfera terrestre.
· Compreende o conceito de biodiversidade.
· Reconhece a célula como unidade fundamental da vida.
· Reconhece a importância da Tecnologia para o avanço da Ciência.
· Conhece cuidados a ter com o microscópio óptico composto.
· Conhece a constituição do microscópio óptico composto (M. O. C.).
· Conhece a função das peças que constituem o M.O.C.
· Conhece a constituição básica da célula eucariótica.
· Reconhece funções dos constituintes básicos da célula eucariótica.
· Desenha e legenda células.
· Distingue células eucarióticas vegetais e animais.
· Distingue seres unicelulares de seres pluricelulares.
· Conhece os vários níveis de organização dos seres vivos pluricelulares.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Actividade de comemoração do Dia Mundial da Alimentação na escola
sábado, 8 de outubro de 2011
Observação astronómica em Leiria
Dracónidas, a Lua, Júpiter e Neptuno do Dia Internacional de Observação da Lua
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Notícia sobre paleontologia no Público
No mesmo local já tinham sido descobertos, em 2003, "restos de um grande dinossauro saurópode (vértebras, fémur), a par de ossos pertencentes a outros dinossauros de menor porte". Os investigadores acreditam, como explicam em comunicado, que esses achados terão sido enterrados num leito de um rio, mas "um episódio de grande energia hídrica (como uma grande cheia)" tê-los-á deslocado para o local onde vieram a ser encontrados.
Na campanha que agora terminou, os trabalhos de prospecção paleontológica resultaram na descoberta de "três novas jazidas com dinossauros, trilhos com pegadas destes animais e outros compostos exclusivamente por pegadas de tartarugas e répteis voadores".
Registo para o futuro
Questionado sobre a relevância dessa descoberta, o director do laboratório paleontológico da ALT-Sociedade de História Natural salientou que o trabalho só agora começou. "A importância por género e espécie não conseguimos ainda definir porque ainda não escavámos", explicou Bruno Silva, revelando que isso só será feito numa próxima campanha, até à qual as jazidas ficarão isoladas "com uma estrutura de protecção para que o mar não as destrua".
Ainda assim, o investigador destaca que os animais "parecem estar relativamente bem conservados", contando que de um deles já tinha sido, no passado, detectada "uma costela com quase dois metros de comprimento". Além disso, acrescenta Bruno Silva, "todas as descobertas de dinossauros são extremamente importantes para compreender o ecossistema de há 150 milhões de anos atrás". Nas prospecções que decorreram no mês passado foram também encontradas "várias jazidas contendo espécimes pertencentes à famosa tartaruga fóssil de Torres Vedras, Selenemys lusitanica".
O director do laboratório paleontológico da ALT-Sociedade de História Natural destaca que este ano houve uma "grande inovação": o facto de pela primeira vez se ter procedido ao registo tridimensional de alguns dos achados, nomeadamente de grandes blocos com ossos de dinossauro que, por estarem na linha de influência das marés ou localizadas no fundo das arribas, são praticamente impossíveis de remover. Uma metodologia que, como se lê no site desta entidade, é útil "para efeitos de salvaguarda e memória futura, estudo científico em laboratório e aplicação em futuros processos museológicos".
Estes trabalhos tiveram o apoio da Câmara de Torres Vedras e da Junta de Freguesia de São Pedro da Cadeira. Neles participaram também estudantes de Geologia da Universidade de Lisboa e investigadores do Grupo de Biologia Evolutiva de Madrid.